Exames Gastrointestinais: O Que São, Para Que Servem e Quando São Necessários?

O Que São, Para Que Servem e Quando São Necessários?

Preciso fazer endoscopia todo ano? E colono?? Entenda a importância da endoscopia e da colonoscopia e como deve ser feito esse rastreio!!

Quando se fala em exames gastrointestinais, como a endoscopia e a colonoscopia, muitas pessoas acreditam que fazer esses procedimentos regularmente é uma forma eficaz de "checar" o corpo todo. No entanto, a verdade é que esses exames são invasivos e devem ser indicados com base em critérios médicos claros. Eles são fundamentais no diagnóstico e acompanhamento de diversas condições gastrointestinais, mas nem sempre é necessário realizá-los com tanta frequência quanto se imagina.

Neste artigo, vamos esclarecer para que servem esses exames, em quais situações são indicados e por que não devemos fazê-los anualmente, a menos que exista uma real necessidade.

O que é a endoscopia digestiva alta?

A endoscopia digestiva alta é um exame que permite ao médico visualizar diretamente o interior do esôfago, estômago e duodeno (a primeira parte do intestino delgado). Sim, vemos tudinho através de um tubo fino e flexível chamado endoscópio. Esse exame é indicado para investigar sintomas como dores abdominais, azia crônica, náuseas, vômitos, dificuldades para engolir ou a presença de sangue no vômito.

No entanto, é importante destacar que a endoscopia não precisa ser feita de forma preventiva todos os anos, exceto em situações muito especiais como acompanhamento de lesões pré cancerosas, ou controle de cicatrização de lesões no esôfago ou estômago. Esses são os casos, por exemplo da displasia em quem tem esôfago de Barrett, ou em controle de tratamento em quem tem esofagite eosinofílica. Também fazemos endoscopia precocemente para controle após o tratamento do H. pylori.

Colonoscopia: quando é realmente necessária?

A colonoscopia é um exame que permite a visualização do intestino grosso (cólon) e do reto. Ela é fundamental para a detecção precoce de pólipos e câncer colorretal, além de ajudar a identificar outras condições, como colites ou da doença diverticular.

Esse exame é geralmente recomendado a partir dos 45 anos para rastreamento de câncer de cólon e, dependendo do resultado, o intervalo para repetir o exame pode variar entre 5 a 10 anos. Pois é viu só? Quando há pólipos benignos, nada de fazer colono todo ano, é um desgaste desnecessário para o corpo, além de onerar os planos de saúde. Exames desnecessário = convênio mais caro...

Em pacientes com histórico familiar ou condições específicas, pode ser necessário um acompanhamento mais próximo, mas a colonoscopia anual é raramente indicada, salvo exceções médicas bem definidas.

Preparo adequado: a chave para um exame preciso

Para garantir resultados confiáveis, tanto a endoscopia quanto a colonoscopia exigem um preparo adequado. Não adianta querer furar o preparo. Se não conseguiu seguir, melhor remarcar, vai por mim!

No caso da colonoscopia, o preparo envolve a limpeza completa do intestino, feita através de uma dieta especial e o uso de laxantes, garantindo que o médico tenha uma visão clara do interior do cólon. Se o preparo não é bem feito, o intestino fica coberto de fezes e lesões pequenas podem ficar “escondidas”.

Já na endoscopia, um detalhe importante que muitos médicos não explicam é a necessidade de suspender medicamentos inibidores da acidez gástrica, como omeprazol, pantoprazol e outros, pelo menos 15 dias antes do exame. Esses medicamentos podem interferir na detecção da bactéria H. pylori, levando a resultados falsos negativos. Sem essa pausa, o exame pode não identificar corretamente a presença dessa infecção, que é uma das principais causas de gastrite e úlceras. A maioria dos médicos e clínicas não explicam esse IMPORTANTÍSSIMO detalhe ao paciente. Tenho certeza que você mesmo ou alguém que você conhece fez endoscopia e tomou omeprazol na véspera... pronto... suficiente para o exame falsear!!

Resumindo... Na gastro, a prevenção é muito importante, mas nem todo exame precisa ser feito todos os anos, cada doença tem seu período certo de rastreio

Entender que esses exames são invasivos e devem ser realizados de forma criteriosa é fundamental.

Portanto, se você está com sintomas gastrointestinais persistentes ou possui histórico familiar de doenças do sistema digestivo, converse com seu médico sobre a real necessidade de realizar esses exames. Lembre-se de que a decisão sobre a frequência e a indicação de exames como a endoscopia e a colonoscopia deve ser sempre personalizada e baseada em critérios médicos claros. E não esqueça de levar sua última endoscopia ou colono na consulta, ela com certeza vai ajudar muito o médico no seu diagnóstico e te orientar se já é momento de repetir ou não ok?