GASTRITE AUTOIMUNE: uma gastrite diferente!

Afinal, o que é essa gastrite?

A gastrite autoimune afeta o revestimento do estômago de maneira crônica e progressiva.

O sistema imunológico, normalmente responsável por proteger o organismo de agentes externos, como bactérias e vírus, passa a identificar as células parietais do estômago como "inimigas". Essa resposta inadequada gera uma inflamação persistente que, com o tempo, compromete o funcionamento do estômago e pode levar a deficiências nutricionais.

O que eu sinto?

A gastrite autoimune muitas vezes é silenciosa nas fases iniciais, mas, com o tempo, os sintomas começam a se manifestar. Os sinais mais comuns incluem:

• Dor ou queimação no estômago: normalmente localizada na região superior do abdome.
• Sensação de inchaço e desconforto abdominal: principalmente após as refeições.
• Náuseas e perda de apetite: devido à dificuldade do estômago em digerir alimentos.
• Anemia perniciosa: causada pela deficiência de vitamina B12, levando a sintomas como fadiga, fraqueza, e, em casos graves, formigamento nas extremidades.
• Perda de peso inexplicável: geralmente relacionada ao desconforto e à má absorção.

Esses sintomas podem variar em intensidade e frequência. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e tratar as deficiências de nutrientes.

Nossa, como eu sei se tenho isso?

O diagnóstico da gastrite autoimune exige um conjunto de exames clínicos e laboratoriais, já que os sintomas podem ser confundidos com outros tipos de gastrite ou condições digestivas.

• Endoscopia digestiva alta: permite observar o revestimento do estômago e identificar sinais de inflamação ou atrofia das células.
• Biópsia: em muitos casos, o exame da biópsia é fundamental para confirmar a presença de inflamação autoimune.
• Exames de sangue: dosamos os anticorpos específicos para essa condição!

A combinação desses exames permite um diagnóstico mais preciso e ajuda a planejar um tratamento adequado para cada paciente.

E existe tratamento??

Embora a gastrite autoimune não tenha cura, há tratamentos eficazes para controlar os sintomas e prevenir complicações, especialmente a deficiência de vitamina B12.

• Suplementação de vitamina B12: é essencial, muitas vezes feita por meio de injeções, pois a absorção oral pode ser comprometida.
• Medicamentos inibidores de ácido: evitamos, pois nesse caso, as medicações podem agravar ainda mais a falta de acidez no estômago! Pois é, nesse caso, essa doença do estômago, não deve ser tratada com remédios de estômago, viu que curioso??
• Monitoramento regular: exames periódicos ajudam a monitorar o progresso da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
• Orientação nutricional: um plano alimentar que ajude a compensar a absorção prejudicada de nutrientes pode ser indicado.

Em alguns casos, pode ser necessário consultar outros especialistas para tratar complicações específicas, como a anemia perniciosa ou a tireoidite autoimune.

Ela pode se complicar?

Sim... A gastrite autoimune, se não controlada, pode levar a complicações sérias:

• Anemia perniciosa: causada pela deficiência de vitamina B12, pode evoluir para danos neurológicos graves se não for tratada.
• Câncer gástrico: o risco de câncer de estômago aumenta em alguns casos de gastrite autoimune, principalmente devido à atrofia do revestimento gástrico.

Acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar esses riscos e agir preventivamente.